PT sofre derrota acachapante e termina primeiro turno sem prefeitura nas capitais

O cenário das eleições municipais de 2024 revelou um desempenho decepcionante para o Partido dos Trabalhadores (PT), que não elegeu nenhum prefeito de capital no primeiro turno e, atualmente, tem chances de vitória em só quatro delas no segundo turno. Esse resultado mostra o enfraquecimento da legenda, que historicamente teve forte presença em várias das cidades brasileiras.

Nas capitais em disputa, o PT se viu ofuscado por candidatos de outros partidos, muitos deles alinhados à direita. Em Belo Horizonte, por exemplo, capital do Estado que deu vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, viu Bruno Engler, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), liderar a disputa. Ele irá para o segundo turno contra Fuad Noman (PSD), que terá apoio do PT.

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A derrota do PT se estende às capitais de outros Estados que deram vitória a Lula em 2022. Em Alagoas, por exemplo, JHC, apoiado por Bolsonaro, levou no primeiro turno. Esse mesmo cenário ocorreu em Macapá, Salvador, São Luís, Recife, Teresina, Rio de Janeiro e Aracaju, que elegeram os seguintes prefeitos:

  • Doutor Furlan (MDB);
  • Bruno Reis (União);
  • Eduardo Braide (PSD);
  • João Campos (PSB);
  • Silvio Mendes (União); e
  • Eduardo Paes (PSD).

Nas capitais que terão segundo turno, o partido de Lula terá chances apenas em Natal, Cuiabá, Fortaleza e Porto Alegre. E, em nenhum desses locais, os petistas são favoritos. Ficaram em segundo lugar nas quatro cidades.

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Na capital do Rio Grande do Norte, Natália Bonavides ficou com 28% votos, contra 44% do primeiro colocado, Paulinho Freire, do União. Já em Cuiabá, Abílio (PL) se aproximou dos 40% dos votos e superou Lúdio (28%). No Ceará, André Fernandes (PL) terminou em primeiro lugar, com 40% dos votos válidos, à frente de Evandro Leitão (34%). Porto Alegre quase elegeu Sebastião Melo, do MDB, no primeiro turno. Ele atingiu 49,7% dos votos e irá enfrentar Maria do Rosário (26%) no segundo turno.

Em São Paulo, o candidato apoiado pelo PT, Guilherme Boulos (Psol), irá disputar o segundo turno contra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro e pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas. O emedebista alcançou 29,5% dos votos, contra 29% do psolista.

Ricardo Nunes conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Taba Benedicto/Agência EstadoRicardo Nunes conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Taba Benedicto/Agência Estado
Ricardo Nunes conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto:

Centrão e direita isolam o PT

Em Manaus, o candidato David Almeida (Avante) se destaca, enquanto em São Luís a vitória ficou com Eduardo Braide (PSD). Já o Estado do Acre vê Tião Bocalom (PL) como o líder na disputa pela Prefeitura de Rio Branco. Na Bahia, Bruno Reis (União) lidera em Salvador.

As dificuldades enfrentadas pelo partido refletem uma mudança no panorama político brasileiro, em que o eleitorado parece novamente apostar nos conservadores. Com o desgaste de sua imagem em diversas regiões, o PT deve enfrentar dificuldades para formar base de apoio para as eleições presidências de 2026.

Guilherme Boulos, em entrevista coletiva depois de apresentar suas propostas de governo para a população 60+, em evento realizado no Slavieiro Hotel, região central da capital - 25/9/2024 | Foto: Yuri Murakami/FotoArena/Estadão ConteúdoGuilherme Boulos, em entrevista coletiva depois de apresentar suas propostas de governo para a população 60+, em evento realizado no Slavieiro Hotel, região central da capital - 25/9/2024 | Foto: Yuri Murakami/FotoArena/Estadão Conteúdo
Guilherme Boulos, em entrevista coletiva depois de apresentar suas propostas de governo para a população 60+, em evento realizado no Slavieiro Hotel, região central da capital – 25/9/2024 | Foto: Yuri Murakami/FotoArena/Estadão Conteúdo

Confira o resultado das eleições nas capitais

  • Acre — Rio Branco — Tião Bocalom (PL);
  • Alagoas — Maceió — JHC (PL);
  • Amapá — Macapá — Doutor Furlan (MDB);
  • Amazonas — Manaus — David Almeida (Avante) versus Capitão Alberto Neto (PL);
  • Bahia — Salvador — Bruno Reis (União);
  • Ceará — Fortaleza — André Fernandes (PL) versus Evandro Leitão (PT);
  • Espírito Santo — Vitória — Lorenzo Pazolini (Republicanos);
  • Goiás — Goiânia — Fred Rodrigues (PL) versus Mabel (União);
  • Maranhão — São Luís — Eduardo Braide (PSD);
  • Mato Grosso — Cuiabá — Abílio (PL) versus Lúdio (PT);
  • Mato Grosso do Sul — Campo Grande — Adriane Lopes (PP) versus Rose Modesto (União);
  • Minas Gerais — Belo Horizonte — Bruno Engler (PL) versus Fuad Noman (PSD);
  • Pará — Belém — Igor (MDB) versus Delegado Eder Mauro (PL);
  • Paraíba — João Pessoa — Cicero Lucena (PP) versus Marcelo Queiroga (PL);
  • Paraná — Curitiba — Eduardo Pimentel (PSD) versus Cristina Graeml (PMB);
  • Pernambuco — Recife — João Campos (PSB);
  • Piauí — Teresina — Silvio Mendes (União);
  • Rio de Janeiro — Rio de Janeiro — Eduardo Paes (PSD);
  • Rio Grande do Norte — Natal — Paulinho Freire (União) versus Natália Bonavides (PT);
  • Rio Grande do Sul — Porto Alegre — Sebastião Melo (MDB) versus Maria do Rosário (PT);
  • Rondônia — Porto Velho — Mariana Carvalho (União) versus Léo (Podemos);
  • Roraima — Boa Vista — Arthur Henrique (MDB);
  • Santa Catarina — Florianópolis — Topázio (PSD);
  • São Paulo — São Paulo — Ricardo Nunes (MDB) versus Guilherme Boulos (Psol);
  • Sergipe — Aracaju — Emília Corrêa (PL) versus Luiz Roberto (PDT); e
  • Tocantins — Palmas — Janad Valcari (PL) versus Eduardo Siqueira Campos (Podemos).



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