O ministro Silvio Almeida, titular da pasta de Direitos Humanos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfrenta acusações de assédio sexual feitas pela ONG Me Too Brasil.
Segundo o portal Metrópoles, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, estaria entre as vítimas. Ela, no entanto, ainda não comentou o caso.
Silvio Almeida, que possui mestrado em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, também é graduado em filosofia e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP).
Foi pesquisador do programa de pós-doutorado da Faculdade de Economia da USP.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Além da carreira acadêmica, Almeida foi professor visitante da Universidade Columbia, em Nova York, e diretor do Instituto Luiz Gama.
Ele é autor de diversos livros, como Marxismo e Questão Racial: Dossiê Margem Esquerda e Sartre: Direito e Política.
Com a obra Racismo Estrutural, Almeida se tornou uma referência na discussão racial no Brasil. Ele foi colunista do jornal Folha de S.Paulo, mas deixou o posto em novembro de 2022, depois de ser nomeado para a equipe de transição de Lula.
A atuação em defesa dos direitos humanos e da igualdade racial levou à nomeação de Almeida como ministro em dezembro de 2022. A escolha foi comemorada por figuras progressistas, como Marlón Reis, idealizador da Lei da Ficha Limpa, e o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP).
Silvio Almeida criticou gestão de Damares Alves
Depois de assumir a pasta, Almeida acusou Damares Alves (Republicanos-DF) de ter negligenciado o ministério na gestão anterior. Ele afirmou, em audiência no Senado Federal, que a Comissão de Anistia foi “abandonada” e que os conselhos do órgão não recebiam verba necessária para funcionar.
O ministro assumiu uma postura de enfrentamento a feridas abertas da história brasileira, como a escravidão e a ditadura militar.
Leia também: “Ex-secretário de Silvio Almeida diz que sente alívio, porque ‘a verdade apareceu’”
“O Brasil ainda não enfrentou a contento a escravidão, assim como outros traumas, o que permite que a obra da escravidão se perpetue pelo racismo e na violência contra pretos e pobres neste país”, disse, em discurso de posse.
Além das acusações de assédio sexual, uma reportagem do UOL revelou denúncias de assédio moral contra Almeida e outros membros do ministério.
A pasta negou a existência de um ambiente de assédio e disse que as acusações são baseadas em “falsas suposições”.