O candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo Partido Liberal (PL), Alexandre Ramagem, visitou nesta quinta-feira (5/9) os bairros de Acari e Fazenda Botafogo, na Zona Norte, regiões que sofrem com frequentes alagamentos causados pelas chuvas. Durante a visita, Ramagem anunciou o compromisso de dobrar o valor do auxílio emergencial para vítimas de enchentes, elevando-o de R$400 para R$800.
— O auxílio emergencial de R$400 não é reajustado há 14 anos. Vamos dobrar esse valor. As enchentes em Acari não são eventos extraordinários, ocorrem todos os anos. A prefeitura já foi acionada pela Justiça, mas não tomou medidas, e está sendo multada pela inação. Na enxurrada de janeiro, mais de 20 mil pessoas perderam tudo. É uma situação que piora a cada ano, e vamos trabalhar para resolvê-la — afirmou Ramagem.
Medidas para enfrentamento às enchentes
Além de aumentar o auxílio emergencial, Ramagem destacou as medidas preventivas que pretende implementar para combater as enchentes na região. Segundo o candidato, projetos de dragagem, desassoreamento e construção de bolsões de contenção já estão prontos, e a falta de recursos não seria um obstáculo.
— A Fundação Geo-Rio, por exemplo, teve um cancelamento parcial indevido de R$67,9 milhões no orçamento. A Defesa Civil está sem concurso há 14 anos e não tem um plano de cargos e salários. Vamos revisar essas questões e investir onde é necessário — declarou Ramagem.
Acari: uma das regiões mais vulneráveis do Rio
Com quase 30 mil habitantes, Acari enfrenta grandes desafios socioeconômicos, sendo uma das regiões com a menor renda do Rio e o terceiro pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade. O Rio Acari, que atravessa diversos bairros, sofre com poluição, descarte irregular de resíduos e ocupação desordenada, fatores que agravam o risco de enchentes.
Ramagem ressaltou a importância de um trabalho ambiental integrado para lidar com esses problemas.
— Precisamos de uma conscientização ambiental robusta e do combate ao descarte de lixo nas ruas. Além disso, é urgente o desassoreamento dos rios e canais. Não podemos aceitar que vidas sejam perdidas e que as pessoas tenham que recomeçar a vida do zero após cada enchente — disse o candidato.
Histórias de quem sofre com as enchentes
Durante a visita, moradores compartilharam seus dramas pessoais. Rosimeri Fernandes, de 36 anos, contou que já perdeu a conta de quantas vezes teve que recomeçar após as enchentes. Em janeiro, seu apartamento, localizado às margens do rio, foi inundado, destruindo seus pertences e interrompendo seu trabalho com estampas de camisas.
— Todo ano a história se repete. Minha filha de 6 anos chora toda vez que começa a chover. A gente sobe para o segundo andar e espera pelo pior. É uma realidade triste demais, e eu só quero recuperar a esperança — lamentou Rosimeri, mãe de três crianças, que está desempregada desde a última enchente.