A segurança pública é uma das principais preocupações dos cariocas, e o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem (PL), destaca o tema como prioridade em sua campanha. Em entrevista na série Sabatina GloboNews, realizada na noite desta terça-feira (27), Ramagem defendeu a integração das Forças de Segurança para recuperar a cidade, atualmente assolada pela violência.
“O cidadão carioca está sitiado, desesperançoso. A segurança pública só tomou o rumo certo em grandes cidades quando a prefeitura assumiu essa responsabilidade como prioridade”, afirmou Ramagem, criticando a postura do atual prefeito em relação à segurança.
Ramagem propôs uma estratégia para retomar territórios dominados pelo tráfico e milícia, envolvendo operações policiais mais planejadas e com avisos prévios para evitar confrontos violentos. “O objetivo é entrar nas comunidades, retomar o território para o cidadão de bem, revitalizar o comércio, melhorar a iluminação, pavimentar ruas e investir em saúde, educação e cultura”, explicou. Ele também destacou que seu projeto evita repetir os erros das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que, segundo ele, fracassaram devido à “politicagem” e à ausência de investimentos sociais.
Mudanças na Guarda Municipal
Sobre a Guarda Municipal, Ramagem defendeu o armamento parcial dos agentes para fortalecer sua atuação e credibilidade, distanciando-os da imagem de “vilões dos ambulantes”. “Não se trata apenas de distribuir armas. É necessário seguir um rigoroso protocolo de aquisição, treinamento e avaliação contínua das capacidades físicas e psicológicas dos agentes”, explicou, enfatizando que a medida visa complementar o trabalho da Polícia Militar.
Ramagem frisou que as iniciativas na área de segurança pública demandam tempo e planejamento. “Não se resolve a questão da segurança no Rio de Janeiro em curto prazo. A mudança que proponho é para os próximos 25 anos”, afirmou.
Propostas para saúde, educação e mobilidade urbana
Durante a sabatina, Ramagem foi questionado sobre sua proposta de reduzir em 80% a fila do Sistema de Regulação de Saúde (Sisreg), atualmente com espera média de 75 dias para cirurgias. Ele reconheceu a complexidade do desafio, mas afirmou que é imprescindível enfrentá-lo, propondo a criação de um turno noturno e parcerias para ampliar as equipes de atenção básica.
Sobre a prevenção de inundações, o candidato criticou a gestão atual e prometeu implementar um plano de contingência para desassorear áreas próximas a cursos d’água e solucionar problemas que se arrastam há anos, como os 77 pontos críticos de encostas identificados há quase uma década. Ramagem também defendeu o uso de drones e tecnologia para monitorar áreas de risco.
Na educação, Ramagem propôs a oferta de ensino integral para toda a rede municipal, ampliação do número de professores, aumento das vagas em creches, modernização das salas de aula e adoção de métodos que promovam o engajamento dos estudantes, visando reduzir a evasão escolar.
Em relação à mobilidade urbana, o candidato destacou a necessidade de “desvendar a caixa-preta” dos transportes na cidade e sugeriu parcerias com o governo estadual para integração tarifária entre diferentes modais, como ônibus, barcas e metrô. Ramagem também planeja substituir gradativamente o BRT por Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), que, segundo ele, são mais eficientes e confortáveis.
Carnaval como motor econômico
Ramagem vê o Carnaval como uma oportunidade para alavancar a economia do Rio de Janeiro. Em 2024, o evento deve movimentar cerca de R$ 5 bilhões, de acordo com a Riotur. “Podemos dobrar esse número e tornar o Sambódromo um espaço ativo durante todo o ano, promovendo mais entretenimento”, disse o candidato, que propôs aumentar o subsídio para as escolas de samba, além de investir em segurança e infraestrutura para o evento.