Rodoviários do Rio temem perder gratuidade das passagens com o Jaé; prefeitura rebate

Os rodoviários do Rio estão preocupados com a possível perda da gratuidade nas passagens devido à implementação total do sistema de bilhetagem Jaé nos transportes municipais, prevista para 1º de junho deste ano. A prefeitura, por sua vez, nega que haja relação entre o novo sistema e a retirada do benefício.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários do Rio, as empresas de transporte coletivo começaram a comunicar aos funcionários que, após a transição completa para o novo sistema, será aplicado um desconto de 6% nos salários para cobrir o custo das passagens.

Acordo firmado há mais de 50 anos

Atualmente, com um acordo firmado entre a categoria e as empresas há mais de 50 anos, os rodoviários não pagam passagem para se deslocar até o trabalho. A gratuidade, segundo o sindicato, está prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) até 1º de junho deste ano, data-base da categoria.

“Estamos convocando para a segunda quinzena de fevereiro uma assembleia geral para discutir o dissídio dos trabalhadores, e com certeza o tema da gratuidade estará na pauta. O sindicato irá lutar para que a gratuidade seja mantida, um direito que temos há muito tempo. Isso é inegociável”, garantiu Sebastião José, presidente do sindicato.

Preocupação se agrava para rodoviários da Baixada

A preocupação é ainda maior entre os rodoviários que moram em áreas distantes, como a Baixada Fluminense, que, segundo a categoria, representa 40% dos trabalhadores do setor.

O sindicato teme que os patrões aumentem os custos de contratação, alegando que será mais caro admitir funcionários que residem longe.

Prefeitura nega que o Jaé vai acabar com o benefício

Em resposta às preocupações, a Secretaria municipal de Transportes afirmou que a gratuidade para os rodoviários não é uma determinação da prefeitura, mas sim um acordo firmado entre os próprios operadores de transporte e seus funcionários.

“A gratuidade para rodoviários não está prevista na legislação. Esse acordo de gratuidade foi firmado entre os próprios operadores com os funcionários, sem relação com a prefeitura”, diz parte da nota.

De acordo com a secretaria, não cabe associar a implementação do Jaé à retirada desse benefício, e a prefeitura não se opõe caso os operadores decidam manter a gratuidade.

“A prefeitura não se opõe caso os operadores decidam fazer um acordo com os funcionários para não descontar o valor das passagens, mas isso é um acordo privado entre patrão e funcionários”, conclui a nota.

Procurada, a administradora do Jaé não se posicionou até o fechamento desta reportagem.



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