O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse ter sido “unânime” que muitas das 690 queimadas registradas pelo país até esta quinta-feira, 19, tiveram “aspectos criminosos”. A declaração foi dada depois de reunião do Planalto com governadores dos Estados da Amazônia Legal, do Pantanal e do Centro-Oeste.
“É como se um raio caísse em todos os lugares, ao mesmo tempo, e começasse o fogo”, afirmou Rui Costa sobre as queimadas. “Fica claro o caráter criminoso por organização.”
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Rui Costa sinalizou que é “evidente a questão basilar” da estiagem, que “deixa o material seco”. Contudo, indicou que os governadores relataram, “sem exceção”, de que em todos os Estado “têm prisões efetuadas” por queimadas.
“Muitos governadores reclamaram da forma de que as pessoas presas foram soltas imediatamente sob pagamento de valores irrisórios de R$ 100, R$ 200, R$ 300, depois de atear fogo em áreas extensas”, declarou.
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O ministro da Casa Civil ainda disse que, “eventualmente” ocorreram incêndios acidentais, ou alastrados em decorrência de “alguma cultura de pequeno agricultor, de comunidade indígena, para limpar a área e tocar fogo”, mas que ficou “clara” a ação criminosa.
“O que ficou claro para todos pela extensão e pela ocorrência simultânea em áreas diversas, a distâncias muito grandes, parece algo sincronizado. Na mesma hora, no mesmo dia e em regiões muito distantes”, acrescentou.
Rui Costa garante investigação sobre queimadas
Ainda segundo Rui Costa, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Polícia Federal (PF), está investigando as queimadas com caráter criminoso. Disse ter pedido aos governadores para que a Polícia Civil de cada Estado auxilie nas apurações depois de acionamento da Polícia Militar nas ocorrências.
Questionado se poderiam ter queimadas realizadas por interesse político, o ministro da Casa Civil declarou: “Não gosto de ficar especulando, só falo que é aspecto criminal”.
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“Por enquanto, o que podemos falar, é que o MJSP e a PF estão empenhados para fazer a apuração”, afirmou. “Mas, por exemplo, o governador Ibaneis [Rocha, do DF] afirmou que houve prisões hoje que, no momento da prisão, confirmaram ter sido contratadas para tacar fogo naquelas áreas porque depois seriam locais destinados à grilagem de terra. Então, as motivações são diversas.”
Por fim, Rui Costa sinalizou que o ministro Ricardo Lewandowski (MJSP) vai enviar, até esta sexta-feira, 20, para a Casa Civil, “um conjunto de medidas para mudar a legislação, inclusive do aspecto das punições dos incêndios florestais”.
“Inclusive, das punições, de endurecimento das penas. Essa foi uma reclamação unânime”, finalizou o chefe da Casa Civil.