Secretária de Educação de Tijucas faz viagem à Europa com custo de R$ 24,6 mil aos cofres públicos

Enquanto a educação pública de Tijucas enfrenta desafios como salas de aula superlotadas, falta de climatização – um problema que causou muita dor de cabeça no verão – e carência crônica de vagas, a secretária de Educação, Sheila Dias, realizará uma viagem para Portugal com despesas custeadas pelos cofres públicos.

O deslocamento tem como justificativa a participação no projeto de pesquisa da FAPESC, intitulado “Projeto-Piloto de Resgate e Inserção Escolar de Sujeitos que Abandonaram Prematuramente o Sistema no Município de Tijucas”, entre os dias 23 de maio e 3 de junho de 2025, conforme consta no Portal da Transparência.

A viagem gerou um custo total de R$ 24.657,10, somando R$ 7.790,27 em passagens aéreas e um adiantamento de R$ 16.866,83 para diárias e despesas durante o período na Europa.

No entanto, não foi possível encontrar informações públicas detalhadas sobre o curso, nem sobre o conteúdo do projeto em questão, o que gera questionamentos sobre a transparência e os benefícios diretos da viagem para a rede municipal.

Enquanto isso, a realidade nas escolas do município permanece crítica. Dados apontam que, no início do ano letivo, mais de 150 alunos ficaram sem aula devido à falta de salas, situação que escancarou a ausência de planejamento anterior.

Atualmente, as unidades seguem com turmas superlotadas, muitas com mais de 40 alunos por sala, além de um problema sério com infraestrutura: mais da metade dos 234 aparelhos de ar-condicionado da rede não estava funcionando no início do ano letivo. 

Para se ter uma ideia, para garantir um início de ano adequado em 2026, a necessidade imediata é de 22 novas salas de aula.

Esses problemas refletem dois dos principais desafios históricos da educação brasileira:

1. A falta de planejamento e de ações que garantam a permanência do aluno na escola.

2. A evasão escolar, que é consequência direta da precarização da estrutura e da falta de políticas efetivas.

 O município também amarga um IDEB abaixo do esperado, reflexo da falta de políticas públicas consistentes e do não cumprimento das metas estabelecidas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

Diante desse cenário, a comunidade aguarda que a viagem traga resultados concretos e soluções aplicáveis à realidade local — especialmente no enfrentamento à evasão escolar e na melhoria das condições de ensino.



NOTÍCIA