STF abre ação penal contra Bolsonaro e mais 7

O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu, nesta sexta-feira, 11, uma ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete investigados no inquérito da suposta tentativa de golpe. A relatoria do caso continua sendo do ministro Alexandre de Moraes.

A medida cumpre decisão da 1ª Turma do STF, que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República e tornou réus os integrantes do chamado núcleo 1 da investigação. Entre eles estão o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, e outros ex-ministros.

Leia o artigo “Considerações sobre o STF e a decisão que tornou Bolsonaro réu”, do jurista Ives Gandra Martins

O julgamento que resultou no recebimento da denúncia se encerrou no dia 26 de março. O acórdão da decisão, publicado nesta sexta-feira, apenas formaliza o início do processo criminal.

Com a abertura da ação penal, os réus passam a responder por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Jair Bolsonaro na primeira fila do plenário do STF Jair Bolsonaro na primeira fila do plenário do STF
Jair Bolsonaro na primeira fila do plenário do STF, durante julgamento | Foto: Gustavo Moreno/STF

O acórdão publicado nesta sexta tem 500 páginas e detalha os fundamentos da decisão unânime da Primeira Turma.

Acordão – STF by Anderson Scardoelli

Nesta etapa, Bolsonaro será interrogado por Moraes

A fase atual do processo é a instrução criminal. Nela, defesa e acusação poderão apresentar testemunhas e requerer novas provas. Os acusados serão interrogados pelo gabinete de Moraes ao final dessa etapa.

A expectativa é que o julgamento do mérito ocorra ainda neste ano. O objetivo é evitar que o processo interfira nas eleições presidenciais de 2026.

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Ao fim da instrução, a 1ª Turma do STF decidirá pela condenação ou absolvição dos acusados. As penas previstas ultrapassam 40 anos de prisão.

Réus do núcleo 1

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general da reserva, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice-presidente da República em 20225;
  • Augusto Heleno, general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general da reserva e ex-ministro da Defesa; e
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator.

Próximos julgamentos

O STF já definiu as datas para análise das denúncias dos demais grupos investigados. O julgamento do núcleo 2 será nos dias 22 e 23 de abril. As acusações são de organização de supostas ações para “sustentar a permanência ilegítima” de Bolsonaro no poder.

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Já o julgamento do núcleo 3 será nos dias 20 e 21 de maio. Composto por 11 militares do Exército e um policial federal, o grupo é acusado de planejar “ações táticas” para executar o plano golpista.



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