A sugestão de novas eleições na Venezuela, lançada por Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil, causou desconforto tanto entre aliados do ditador Nicolás Maduro quanto na oposição. Ambos os lados rejeitam a ideia, pois afirmam que já ganharam o pleito realizado em 28 de julho.
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A proposta foi alvo de debates no Planalto e no Itamaraty nas últimas duas semanas, segundo o jornal O Globo. Em declaração ao Valor Econômico, Amorim confirmou a sua recomendação, o que gerou uma enxurrada de críticas em Caracas.
Influenciadores e políticos da Venezuela criticam sugestão de Celso Amorim
Nas redes sociais, influenciadores chavistas, como Indira Urbaneja, criticaram a proposta. Eles alegam que repetir eleições não resolveria o problema da desconfiança no processo eleitoral venezuelano.
“Celso Amorim, um reconhecido diplomata brasileiro… a quem sempre admirei, defende a repetição das eleições”, afirmou nas redes sociais. Talvez Celso não tenha entendido a fundo a questão”, rebateu.
O influenciador continua: “Podemos fazer 100 eleições, e nas 100 dirão que houve fraude, porque na Venezuela uma eleição não se trata apenas de ganhar ou perder… é tudo ou nada, por isso a complexidade”.
María Corina Machado e David Smolansky, representantes da oposição, também rejeitaram a proposta de Amorim, ao afirmar que o resultado das eleições de 28 deve ser respeitado.
“Nós queremos uma transição, não uma repetição de eleições. Deve ser respeitado o mandato da maioria dos venezuelanos, expressado no dia 28”, afirmou Smolansky.
Contatos diplomáticos após a declaração
Depois da declaração de Amorim, houve contatos entre a embaixadora do Brasil em Caracas e autoridades venezuelanas, embora o governo Maduro não tenha se pronunciado oficialmente. Fontes diplomáticas brasileiras admitiram que a ideia lançada por Amorim “não decolou em Caracas, nem entre chavistas, nem entre opositores”.
Discussões na OEA sobre a situação na Venezuela
Paralelamente, governos da região tentam aprovar uma resolução na Organização dos Estados Americanos sobre a situação na Venezuela, com discussões intensas e pressões dos Estados Unidos sobre a Colômbia para apoiar a iniciativa.
O Globo teve acesso a uma versão preliminar do texto, que aborda a situação em matéria de repressão e eleições. A aprovação da resolução é incerta, mas, caso ocorra, pode impactar as tentativas de mediação futura.
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