Vereador preso por jogar dinheiro pela janela é diplomado de forma remota

Francisco Nascimento, vereador eleito pelo partido União Brasil, ganhou notoriedade ao arremessar uma sacola contendo dinheiro pela janela, no momento de sua prisão pela Polícia Federal. Mesmo encarcerado, ele foi diplomado por procuração, em um ato oficial.

A cerimônia de diplomação ocorreu na quinta-feira 12, apenas dois dias depois de sua detenção, em Salvador. Ele foi alvo da Operação Overclean, que apura esquemas de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos. Essa operação resultou na prisão de diversas pessoas e expôs um esquema criminoso de grande porte.

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Francisquinho, como é conhecido, foi eleito, em outubro, para ocupar uma vaga na Câmara Municipal de Campo Formoso, cidade localizada no interior da Bahia. Atualmente, ele cumpre prisão no Centro de Observação Penal, de Salvador. Apesar disso, seus advogados trabalham para garantir que ele consiga tomar posse como vereador, no início de 2025. Entre as alternativas avaliadas, está a possibilidade de realização da posse por videoconferência, diretamente do presídio.

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O vereador jogou uma sacola com cerca de R$ 200 mil pela janela de seu apartamento

No momento da prisão, a Polícia Federal flagrou o vereador jogando uma sacola com quase R$ 200 mil pela janela de seu apartamento, em Salvador. Os policiais registraram essa ação e a utilizaram como prova contra ele. Francisco Nascimento é primo de Elmar Nascimento, deputado federal e um dos principais líderes do Centrão, no Congresso Nacional, além de ser o atual líder do União Brasil na Câmara.

A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal, investiga uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvio de recursos, corrupção e lavagem de dinheiro. Conforme apurações da PF, o grupo teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, durante o período investigado. Desses valores, R$ 825 milhões estão relacionados a contratos firmados com órgãos públicos, apenas em 2024.

A diplomação, ato realizado pela Justiça Eleitoral, atesta a eleição do candidato antes da posse. Desde 1966, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autoriza o recebimento do diploma por procuração, mecanismo que permitiu a formalização do mandato de Francisquinho, mesmo em condição de prisão.



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